domingo, 18 de julho de 2010

O Monstro de Águas

O dia começa frio. Como se isso fosse alguma novidade por aqui. Mas mesmo empacotados de agasalhos, blusas, cachecóis, todos tomam o café da manhã e se preparam para o início das atividades.

Pegamos o ônibus e partimos logo cedo para uma escola, na zona periférica de Foz. Conhecemos as instalações da instituição e realizamos a primeira divisão dos jovens em grupos de funções.

Documentário Investigativo, Cinema, Trilhas e Artes Integradas, Mídias Sociais, Documento Carta Brasil e Fotografia. Cada jovem escolheu livremente de qual equipe gostaria de participar, sem precisar, com isso, ficar preso ela. A qualquer momento é possível trocar de função, ou fazer sugestões a outras equipes. (Mais Informações sobre equipes.)

Após a visita à escola, hora do almoço. Comida, bebida e feirinha de artesanato e pequenos objetos. Barriga cheia, comprinhas feitas, hora de partir para o grande momento do dia: Cataratas do Iguaçu.

A chegada ao Parque Nacional das Cataratas do Iguaçu foi tranqüila. Um grande número de turistas se aglomerava à espera da liberação para o passeio. Gente de todo lugar do mundo, sem dúvidas.

De posse dos bilhetes de acesso, partimos todos para a entrada do parque. O ônibus mal se aproximara do ponto de parada e já era possível ouvir o som dos trovões. Não! Da água.

Parecia de fato que havia ali uma tempestade. Mas o tempo nublado e a chuvinha fina, porém insistente, não combinavam com aquele som. Conclusão óbvia: São as quedas d’água.
Andando cerca de 50 metros e já nos vemos em um mirante. E lá estão elas, ao longe. As fontes daqueles sons fortes e vibrantes. Os olhos parecem falhar. Isso é real

As equipes de funções começam a trabalhar, afinal, a razão de estarmos ali transcende o turismo. É preciso registrar. É preciso buscar compreender porquê aquele local é Patrimônio da Humanidade.

Cada qual a seu modo, e de forma a realizar sua função, começa a agir. Fotografa, filma, entrevista, escreve, observa. E porque não admira, vislumbra, testemunha o fenômeno.

O grupo aos poucos se separa em trios, duplas, e segue o trajeto das trilhas. Sempre parando nos mirantes e pontos de observação, avançando de catarata em catarata, em direção ao ponto mãos marcante, sem saber que este o seria.

Não é exagero ou incorreção afirmar que a visão é atordoante. Quando se chega ao pé da cascata é que é possível sentir a força da água. Mas ainda não é tudo, e neste momento as palavras são insuficientes. Os equipamentos eletrônicos também.

Não há meio capaz – e duvido que haja algum dia – de transmitir a sensação de tomar a trilha que passa, literalmente, por sobre as águas, e leva até o topo de uma das quedas. O local é conhecido como garganta do diabo.

No meio deste caminho a força da queda d’água é tamanha que provoca o deslocamento do ar, e a água que cai espirra tanto que parece que está chovendo. Não, não parece. Está!

Ficamos todos encharcados. Cabelos molhados, roupas pingando, e as capas de chuva de alguns chegam a rasgar, tal é a força do vento.

Nem por isso as equipes param. Apesar de ser difícil não achar que se está sonhando, as câmeras continuam à mão. As canetas em punho, e os papéis molhados, mas em uso.

Mas por incrível que pareça, não acabou. Quando chega-se ao mirante há mais uma surpresa. Encontramo-nos ao pé de uma catarata, e no topo de outra. Mas mostrar é melhor que dizer:


Voltamos exaustos, mas em êxtase. Molhados, mas impressionados. Natureza, energia, força. Adjetivos que dizem desse local, mas incapazes de descrevê-lo em essência e totalidade. Só vendo, e vivendo.

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