domingo, 25 de julho de 2010

Do fim... Ou do começo?

O Fórum acabou, mas não a missão. Esta está apenas começando. E o primeiro compromisso desta missão é mostrar o que fizemos, e a que viemos. Hoje é o dia da abertura da 34ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco. Gente do mundo inteiro nos deu 10 minutos para mostrar tudo pelo que passamos nesses dez dias, e o que pretendemos para os próximos tempos. É suficiente? Provavelmente não, mas demos nosso melhor para cumprir nosso papel.

Partimos para o Teatro Nacional no início da tarde. É preciso ensaiar para que tudo corra bem na hora da apresentação. Temos nas mãos instrumentos de percussão, chocalhos de sementes, e disposição. No rosto, coragem. E na voz, atitude. Somos jovens, independe da idade que tenhamos.

O camarim parece frio e sem graça. Mas é aqui que temos de ficar até entrarmos no palco de uma vez. E nossa vez chega. As luzes se acendem. Entramos no palco e a platéia é grande. Mas mantemos a postura. Ensaiamos, sabemos porque estamos lá, e na hora de cantar, a voz não vacila.

Ao fim, Lê-se a carta. Nossas impressões, anseios, sugestões e compromissos. Essas são as coisas que estão ali. E são lidas nos idiomas que nos uniram durante todo o tempo. Espanhol e Português. Português e Espanhol. Entre nós, nos estendíamos, esperamos termos nos feito entender também.

Eu? Não, eu não estou no palco. Estou embaixo, fotografo, mas estou junto dos que lá estão, e por isso a primeira do plural.

sábado, 24 de julho de 2010

Quase no fim

Hoje é dia de descanso. Descanso? Onde? Por quê? Só porque está todo mundo no hotel? Não senhor, está todo mundo trabalhando. Hoje é dia de fechar tudo. Acertar todos os ponteiros.

Vai lá Carta Brasília, seu texto precisa ser fechado. Fotografia, hora de selecionar tudo e imprimir. Documentário e Cinema, vamos finalizando esses filmes? Vamos? Mídias Sociais, tem que fazer postagem, tem que pensar na Rede Jovem. Equipe de Trilha, já fecharam os sons que vamos usar?

Hoje o dia é por essa conta. Trabalho intenso e permanente, para chegar à noite e finalizar também o Fórum. Sim! O Fórum acabou. Hoje a gente encerra. Faz os agradecimentos, distribui as medalhas, e mais importante: lê e aprova nosso documento oficial, a Carta Brasília.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Pé na trilha

Acorda gente. É hora de pôr o pé na terra. É dia de caminhar.

Planaltina é o lugar. Caminhamos por seus terrenos, suas estradas, suas trilhas. Esse é o dia de hoje. Dia de olhar a natureza e se supreender com o que vê.

Mas dia de aprender também, como todos os outros. É com o povo que a gente conversa. Com os moradores da cidade histórica do planalto brasileiro. E tem aula também. Seja com o sabido da comunidade, ou o professor da academia.

Almoçamos no Instituto Federal. Na aula que segue, o professor conta a história do Plano Piloto e de como foi projetado. E depois a gente parte pra segunda parte da “expedição.”

Corre tudo bem, a não ser pelo guia que se perde. Perdemos com ele o pôr-do-sol que teríamos mais tarde. Mas ganhamos nas conversas entre nós e na contemplação do cerrado. Nem tudo está verde, é época de seca, mas nem por isso deixa de ser bonito. Nem por isso deixa de ser agradável.

Só é sujo, e terminamos todos a caminhada cobertos de poeira. Mas quem se importa?

Para fechar o dia, no caso, a noite, tambor. Tambor de Crioula. E boi. É cultura. Cultura de um povo diverso. Cultura que se junta e se funde, mas que não se perde do seu local. Cultura regional que faz parte daquilo que compõe cada brasileiro.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Intensidade

Dia agitado e corrido. Como se isso fosse alguma novidade. Cidade de Goiás e seu calor nos chamam para fora. É preciso sair, contemplar, conhecer. E assim fazemos.

Vamos à pé pelas ruas da cidade, quase como a passeio. Várias são as paradas para vivenciar os locais, que são muitos. A ponte da casa de Cora Coralina, da qual pode-se observar tantos peixes.

Os passos seguem, e subimos o morro. Conheçamos museus, praças, moradias. Daqui saíam sãs decisões de todo o estado. Aqui viviam os governantes, e era daqui que se governava.

O chafariz de cauda. Um dos poucos do país. Talvez do mundo. Ali bebiam as pessoas da cidade, e era dado de beber aos animais também. Gente de todo lado buscava a água para a lida diária, e também sentava para trocar um dedo de prosa enquanto esperava sua vez.

Tempo que passa, e barriga que chama. Hora de correr para a pousada, refazer as malas, depois partir para o almoço. E assim é! Comida típica e bem feita. Empadão e feijão tropeiro.

E antes de viajar, buscar as raízes. Centro de cultura afro. ‘Brincar’ um pouco enquanto aprende. Dançar, botar a mão na massa, montar pequenas peças, lutar, embelezar-se... São oficinas. Dança, percussão, modelagem em argila, mandala com sementes, capoeira, estética afro, entre outras.

Mas está na hora de partir. É Brasília chamando. Vamos todos para o ônibus. Até a próxima tranqulidade interiorana. É hora da Capital Nacional.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cheiros, gostos e cores de Goiás.

Chegada em Goiás... calor. Fomos recebidos pelos muitos gostos de Goiás. Calor humano, sabor de afeto... já noite caminhamos pelas ruas até a casa da Cora Coralina... quanta poesia. As palavras nos atravessaram e muitas em nós ficaram...

"Não procure jamais o passado no presente.
Olha, sobe, vai caminhando, cruza ruas e avenidas.
Lá bem no alto, de onde se avista a cidade,
verás um portão largo, sempre aberto.
Entra." (A Casa do Berço Azul, Cora Coralina no Meu Livro de Cordel)

Ouvidos os conselhos de Cora... subimos até a Igreja de Santa Bárbara. Capoeira, cinema, música... arte. E mais gostos... cores... cheiros e afetos... A comunidade se empoderando e correndo para o futuro, valorizando passado e vivendo presente. Educação Patrimonial do jeito que desejamos... aplicada, sentida, provocada.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Pé no caminho

Noite de lua e estrelas cadentes.... manhã de sol e céu azul... alegria. Iniciamos o dia vistando as ruínas de São João Batista... e fomos para a cidade de Santo Ângelo. Tanta história... diversidade e identidade. Cada lugar com um sorriso único, olhando para nós cheios de cuidado. O grupo se mostra cada vez mais envolvido com as propostas de trabalho. Os participantes carregam consigo o desejo de transformação de uma realidade que os incomoda. Querem que cada pedacinho dos seus lugares tenham vida, sejam vida e, para além, tragam e levem vida para todos que por eles passar. Conhecer todos esses cantinhos é muito especial. E muitas vezes se torna sem descrição... e aí mergulhamos nesses mares de beleza... nos encantamos e nos silenciamos... pensamos e voltamos... e nos preocupamos para que esses lugares não se tornem apenas cenários. O que queremos é buscar a vida que respira em cada patrimônio... vida viva... Vida de pessoas que com seus saberes e fazeres dão cor, som, cheiro aos lugares.

Depois do almoço partimos rumo a Foz para pegar o avião para Brasília e seguir para a cidade de Goiás... Então, já sabem... nos encontramos em Goiás... Até...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

São Miguel das Missões

O lugar é lindo. Só mesmo com a luz do dia e sem neblina pra poder ver onde realmente estávamos. Alimentados e ainda com sono iniciamos o dia de trabalho: "Oh marinheiro é hora, é hora de trabalhar... É o céu, é a terra, é o mar... oh marinheiro olha o balanço do mar...". Embalados fomos viver o dia. Os grupos de funções se articularam para seguir em suas atividades e objetivos. Muitas discussões ricas... risadas... compromisso e brincadeira juntos por todo o tempo. Almoço e pé no caminho. Hoje conhecemos as ruínas de São Miguel das Missões e pudemos conhecer um pouco da história dos índios Guaranis. Muito frio... céu nublado e diante de nós uma grandiosidade... a memória resgatada de um povo. E aí nos questionamos o que fazer das ruínas, o que construir com as ruínas... com os restos de uma época. Com a construção estagnada na nossa frente fomos até ela para ouví-la... para dar vida e futuro a um passado que precisa seguir com dignidade, sendo sim memória mas sendo também uma história que continua, que está em processo contínuo. Fiquei pensando o quanto é importante não estagnarmos nas nossas ruínas, nos restos de cada um de nós... e a importância de estar sempre atento à grandiosidade da nossa história e da nossa memória, mesmo que em alguns momentos elas estejam cheias de ruínas... elas também são parte do nosso patrimônio...

domingo, 18 de julho de 2010

Depois das cataratas

O final da noite depois das cataratas foi cheio de sons e silêncios, sorrisos, lágrimas... memórias e muitos sentimentos. O lugar foi dado às palavras... palavras muitas e poucas para tentar falar um pouco do que as cataratas disseram e fizeram sentir a cada um de nós. Momento de catarse... Em cada palavra dita, em cada olhar o grupo foi se fazendo existir em cumplicidade de sentimentos e desejos. As cataratas cuidaram de nós e nos prepararam para seguir a viagem de peito aberto para experimentar cada patrimônio que pudesse chegar até nós.

Assim, carregados de afetos, saímos no dia seguinte rumo a Sao Miguel das Missões. Atraso no embarque, problemas com os documentos de alguns participantes. O grupo se dividiu. Seis companheiros não puderam seguir viagem pela Argentina e tiveram que desbravar três estados até a chegada - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mas uma coisa foi comum... a neblina que emoldurava todo o caminho passado. Horas e horas de viagem... momentos de muitas conversas e tanta troca... cumplicidade, respeito, afeto... Nas nossas chegadas chuva, frio, neblina... Sono. Hoje já é amanhã.

O Monstro de Águas

O dia começa frio. Como se isso fosse alguma novidade por aqui. Mas mesmo empacotados de agasalhos, blusas, cachecóis, todos tomam o café da manhã e se preparam para o início das atividades.

Pegamos o ônibus e partimos logo cedo para uma escola, na zona periférica de Foz. Conhecemos as instalações da instituição e realizamos a primeira divisão dos jovens em grupos de funções.

Documentário Investigativo, Cinema, Trilhas e Artes Integradas, Mídias Sociais, Documento Carta Brasil e Fotografia. Cada jovem escolheu livremente de qual equipe gostaria de participar, sem precisar, com isso, ficar preso ela. A qualquer momento é possível trocar de função, ou fazer sugestões a outras equipes. (Mais Informações sobre equipes.)

Após a visita à escola, hora do almoço. Comida, bebida e feirinha de artesanato e pequenos objetos. Barriga cheia, comprinhas feitas, hora de partir para o grande momento do dia: Cataratas do Iguaçu.

A chegada ao Parque Nacional das Cataratas do Iguaçu foi tranqüila. Um grande número de turistas se aglomerava à espera da liberação para o passeio. Gente de todo lugar do mundo, sem dúvidas.

De posse dos bilhetes de acesso, partimos todos para a entrada do parque. O ônibus mal se aproximara do ponto de parada e já era possível ouvir o som dos trovões. Não! Da água.

Parecia de fato que havia ali uma tempestade. Mas o tempo nublado e a chuvinha fina, porém insistente, não combinavam com aquele som. Conclusão óbvia: São as quedas d’água.
Andando cerca de 50 metros e já nos vemos em um mirante. E lá estão elas, ao longe. As fontes daqueles sons fortes e vibrantes. Os olhos parecem falhar. Isso é real

As equipes de funções começam a trabalhar, afinal, a razão de estarmos ali transcende o turismo. É preciso registrar. É preciso buscar compreender porquê aquele local é Patrimônio da Humanidade.

Cada qual a seu modo, e de forma a realizar sua função, começa a agir. Fotografa, filma, entrevista, escreve, observa. E porque não admira, vislumbra, testemunha o fenômeno.

O grupo aos poucos se separa em trios, duplas, e segue o trajeto das trilhas. Sempre parando nos mirantes e pontos de observação, avançando de catarata em catarata, em direção ao ponto mãos marcante, sem saber que este o seria.

Não é exagero ou incorreção afirmar que a visão é atordoante. Quando se chega ao pé da cascata é que é possível sentir a força da água. Mas ainda não é tudo, e neste momento as palavras são insuficientes. Os equipamentos eletrônicos também.

Não há meio capaz – e duvido que haja algum dia – de transmitir a sensação de tomar a trilha que passa, literalmente, por sobre as águas, e leva até o topo de uma das quedas. O local é conhecido como garganta do diabo.

No meio deste caminho a força da queda d’água é tamanha que provoca o deslocamento do ar, e a água que cai espirra tanto que parece que está chovendo. Não, não parece. Está!

Ficamos todos encharcados. Cabelos molhados, roupas pingando, e as capas de chuva de alguns chegam a rasgar, tal é a força do vento.

Nem por isso as equipes param. Apesar de ser difícil não achar que se está sonhando, as câmeras continuam à mão. As canetas em punho, e os papéis molhados, mas em uso.

Mas por incrível que pareça, não acabou. Quando chega-se ao mirante há mais uma surpresa. Encontramo-nos ao pé de uma catarata, e no topo de outra. Mas mostrar é melhor que dizer:


Voltamos exaustos, mas em êxtase. Molhados, mas impressionados. Natureza, energia, força. Adjetivos que dizem desse local, mas incapazes de descrevê-lo em essência e totalidade. Só vendo, e vivendo.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Primeiro Dia!

Dia cheio. Acho que é difícil até dizer tudo. Mas vamos tentar lembrar?

Quatro da manhã e saímos de Ouro Preto. A viagem para Belo Horizonte foi rápida e tranquila.

Mas rápido mesmo foi o vôo para São Paulo, onde fizemos nossa escala antes de partir para Foz do Iguaçu.

A propósito, tem vídeo da decolagem!



O segundo vôo já não foi tão tranqüilo. Muito barulho, criança chorando e um passageiro passou mal e foi preciso ser atendido ainda no ar.

Enfim em Foz do Iguaçu, fizemos o primeiro contato com os jovens que vieram para o Fórum. Em uma conversa rápida e informal, a equipe organizadora e oficineiros foram apresentados, bem como foi conhecido o local de origem dos estudantes.

À noite fomos à abertura oficial do Fórum, na Fundação Cultural de Foz do Iguaçu.

Voltamos então ao Hostel para desncaçar e iniciar as atividades para valer no sábado. Não sem antes uma reuniãozinha de organização básica!

Até a próxima postagem!